O Ministério Público apresentou a primeiro interrogatório judicial, duas arguidas e um arguido nos seguintes termos:

- Uma arguida, pela prática de 16 crimes de furto qualificado e um crime de burla informática;

- Uma arguida, pela prática de 14 crimes de furto qualificado e um crime de burla informática

- Um arguido, pela prática de 8 crimes de furto qualificado e um crime de burla informática

Existem fortes indícios de as arguidas, desde, pelo menos, setembro de 2019 e até março de 2021, os arguidos delinearam e executaram um plano que consistia na subtração de carteiras, telemóveis, cartões bancários e quantias monetárias de habitantes ou turistas em passagem pela cidade de Lisboa, que depois utilizavam em proveito próprio, sem o conhecimento nem autorização dos seus legítimos proprietários.

As arguidas atuaram, praticamente em todas as situações, em par, com funções previamente definidas (normalmente uma delas distraía a vítima, caso fosse necessário, e a outra retirava-lhes os bens), ou foram acompanhadas pelo arguido, o qual assumiu quase sempre uma posição de vigia.

Elegeram sempre cuidadosamente as possíveis e futuras vítimas, maioritariamente do sexo feminino e de idade avançada, ou turistas em trânsito pela cidade.

Noutras ocasiões, os arguidos efetuaram pagamentos com os cartões bancários das vítimas.

Com a conduta descrita, os arguidos lesaram as vítimas num prejuízo patrimonial de, pelo menos, € 7.473,32 (sete mil, quatrocentos e setenta e três euros e trinta e dois cêntimos).

Após o interrogatório judicial, foi decretada às arguidas a medida de coação de prisão preventiva (com possibilidade de substituição por obrigação de permanência na habitação, sujeitas a vigilância eletrónica) e ao arguido a medida de coação de apresentações periódicas semanais junto do Órgão de Polícia Criminal da área de residência.

A investigação prossegue sob a direção do Ministério Público do DIAP da Comarca de Lisboa.