O Ministério Público apresentou, no dia 25 de março, a primeiro interrogatório judicial, dois arguidos, de nacionalidade argelina, indiciados pela prática dos crimes de burla, falsidade informática, acesso ilegítimo e burla informática.

Existem fortes indícios de que um dos arguidos, desde data não concretamente apurada, mas certamente a partir de meados de agosto de 2020, delineou e executou um plano, ao qual o outro arguido terá aderido no início de fevereiro de 2021, com o objetivo de se apoderar de avultadas quantias monetárias das vítimas através da aplicação MBWay.

Um dos arguidos é suspeito de ter enviado mensagens de correio eletrónico, aparentemente remetidas pelos responsáveis da gestão da aplicação MBWay, solicitando, através de links de phishing, a atualização dos dados pessoais, a validação dos códigos de acesso ou qualquer outra ação que lhe permitisse o acesso às referidas aplicações, sem que as vítimas se apercebessem que estavam a dar o respetivo consentimento.

Posteriormente, com aquele acesso, um dos arguidos gerou os códigos de acesso que permitiram a realização de levantamentos de numerário em ATM bem como a realização de pagamentos através da Internet.

No período compreendido entre os dias 28.08.2020 e 03.03.2021, os arguidos realizaram 392 (trezentos e noventa e dois) levantamentos em ATM, com o serviço MBWay, no valor total de € 74.920,00 (setenta e quatro mil, novecentos e vinte euros) e 19 (dezanove) pagamentos em lojas online, com o serviço MBWay, no valor total de € 22.680,00 (vinte e dois mil, seiscentos e oitenta euros).

Após o primeiro interrogatório judicial, aos arguidos foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

A investigação prossegue sob a direção do Ministério Público do DIAP da Comarca de Lisboa.